Como posso ter deixado que me pintassem os sentidos, como posso ter deixado que tal influência colorisse meus princípios.
Entendo a indignação de Alberto Caeiro a respeito de algo que se calou depois de colocar para fora tais versos talvez.
É difícil falar de ética, quando no topo da pirâmide na qual entramos a palavra “Ética” não é conhecida, ou se foi conhecida um dia, hoje está encoberta. Mais difícil que falar sobre ela, é a ter e saber que a cobriram.
Às vezes paro e penso, pergunto-me em que ponto da trajetória veio com uma aquarela e me pintou um sentido pela primeira vez. Ah se soubesse que ponto foi esse, onde abri tal brecha para passarem a primeira pincelada.
Desde então foram cobrindo aos poucos, um a um.
Por um momento pensei que aquela era eu, com os sentidos contrários aquilo que acredito e com os valores invertidos, achei mesmo ser eu Thalita.
Embora tudo evidenciasse que as atitudes estavam corretas, em acordo com a “ética” que me fora imposta, através dos pincéis que pintam inversões. Não, não era eu. Não sou apenas isso. Fora a moldura quem me fez pequena.
Acordei de um sonho e um pouco da tinta estava raspada, a cor que vi em mim por baixo daquela pintura amadora, era alva.
Comecei a observar-me. Pude notar que a cada atitude, a cada decisão, eu estava fazendo questão de expor aquelas cores, aquela pintura que cobriu os meus mais nobres sentidos, que sufocou o meu tão peculiar “eu”, machucando, ferindo não só a outros, mas a mim mesma, machucando a minha integridade, ferindo minha decência, por terem me pintado os sentidos. Com um conceito de “ética”, estapafúrdio, esdrúxulo sem consistência e com ações inversas ao sentido da palavra.
Mas ao acordar do sonho e perceber a cor branca, notei que podia me desencaixotar, sair da caixa onde puseram-me "Tela", desembrulhar-me de tantas coberturas, tirando as películas uma a uma. Até que tirei-me a última e pude ser eu Thalita Profissional e Ética. Mesmo me custando sair do hall da Mostra das obras de quem me pintou.
Obrigada Senhor por me mostrar o caminho do bem, mesmo quando me deixo influênciar e fecho meus ouvidos pra ti. Obrigada por me amar ainda assim.
Filosoficamente falando uma forma informal para criticar-se a influência que sofremos as vezes mais por imposição que por querer, a onda nos leva e quando nos damos por nós mesmos já se está em alto mar.
ResponderExcluirSe não fora Deus em nossas vidas o que seria de nós?
Que Deus continue te abençoando muito, minha filosofa favorita.
=p