segunda-feira, 17 de maio de 2010


Fruto do hábito e da vontade, a amizade, segundo Aristóteles -- que a eleva à categoria de virtude -- é uma disposição permanente que decorre de uma escolha livre e recíproca. O amigo é amado pelo que ele é e não por sua utilidade.

O poeta disse:
A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir, porque somos verdade... Quero chorar seu choro, quero sorrir teu sorriso...

Mas as vezes Deus não permite que seja assim, e ai temos tempos de solitúde. Já tive um tempo assim. Tempo no qual parecia ser consumida por um abismo interno, que me consumia de dentro pra fora, quando a única opção era o cachorrinho, e a situação me fez entender que precisava de um tempo, saber entender que em alguns de nossos períodos, amigos não poderão estar, agir, impedir, ajudar,etc.
Não tenho muitos amigos, para contá-los seria necessário usar apenas uma das mãos. Acha pouco? Pra tesouros não acho não.

Como é difícil manter nossas amizades, renunciar, abrir mão, deixar ir, falar a verdade, ser dura, abraçar quando a vontade é esbofetear, enxugar as lágrimas do amigo que errou acordar de madrugada e atender ao telefone caindo de sono porque o amigo não consegue dormir... Tudo isso fazemos pelo nosso amigo, o nosso querido amigo sem a espera de qualquer retribuição.

Amizade é o exemplo de comunhão, andar juntos, lado a lado pelos caminhos estreitos da vida, quando tudo parece outono, e o vento gela quase que a alma, as folhas caem como os nossos sonhos e tudo parece outono. O amigo está ali.

Há muito já diz um provérbio árabe: se vive sem um irmão mas não sem um amigo.

Quando um amigo te decepcionar escreva na areia, assim o vento apaga mais rápido, mas quando lhe fizer o bem escreva nas taboas do seu coração.

Fico as vezes pensando o que poderei fazer quando meu amigo ou minha amiga precisar de mim, qual o bem que poderei fazer, conseguirei eu fazer esse bem? Talvez eu não consiga.

Gosto muito do que disse Montaigne, um escritor e ensaísta francês, embora cético, seu pensamento a respeito de amizade era muito parecido com o agir de Cristo, porque Cristo não intenta ser ou se mostrar amigo. Ele é.

Disse Montaigne:
Na verdadeira amizade dou-me ao meu amigo mais do que dele quero para mim.

Talvez realmente eu não possa fazer tanto ou receber tanto do meu amigo, mas certamente se eu não puder doar, Cristo o fará. Por isso quando eu faltar ou faltarem para mim, Cristo estará lá e não faltará. Virá no momento certo.

Peço perdão aos meus amigos, aqueles ao qual eu machuquei, feri, faltei. Minhas desculpas, mas poderei assim fazer novamente, porque sou muito falha e inexperiente nesta coisa de amizade, mas Cristo não. Peço também que não esperem mais de mim, do que podem esperar Dele, porque certamente vou decepcioná-los.

Cristo é o verdadeiro Amigo, eu não. Mas posso garantir, a cada um dos meus que está lendo o meu comentário sobre a amizade, que estou tentando ser parecida com Ele.
Quero não ferir, quero não decepcionar, quero não entristecer, quero não esquecer, mas se porventura assim o fizer. Perdoa-me.

Eu Thalita agradeço a todos os meus amigos que sem qualquer espera de retribuição esteve comigo nos tempos mais difíceis. Muito obrigada.

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