domingo, 16 de maio de 2010

Dor Emocional


Você tem mais um booom motivo para relaxaaar: stress dói. E como! Cerca de 80% das dores crônicas — como a de cabeça, no pescoço, nas costas — começam, sim, senhora, com maus hábitos do dia-a-dia. De respirar errado a engolir mágoas. Pois NOVA apresenta um método de autocapacitação que promete reverter os danos que as pressões físicas, mentais e emocionais causam aos músculos, articulações e ossos. Sem remédios nem cirurgia.

Garanto que você não imagina que aquela sua dorzinha, que já virou quase uma amiga, pode deixá-la de cama. Aconteceu com a doutora em filosofia e professora Ingrid Bacci. Justo no momento em que a carreira evoluía às mil maravilhas, seu corpo entrou em colapso: “Comecei a sentir dores excruciantes na base da coluna e sensações de queimadura”. Consultou médicos, foi internada duas vezes, passou por exames infindáveis… “Hoje, diriam que eu apresentava fibromialgia e síndrome de fadiga crônica”, conta. Após três anos de desânimo e desespero, ler um artigo de Elsa Gindler (que ainda jovem foi confinada num sanatório com tuberculose e se curou sozinha graças a exercícios de respiração) renovou as esperanças de Ingrid. “Como ninguém podia me ajudar, decidi fazê-lo eu mesma.”

Ingrid notou que o stress influenciava sua respiração e que, quando a fazia pro funda e lentamente, a dor diminuía. Buscou outras formas de consciência corporal e tornou-se expert em terapia do movimento. Hoje, está curada. E acumula 15 anos de estu dos sobre a relação entre dor física e stress. Em seu novo livro, Livre-Se Facilmente da Dor Crônica(Cultrix), indica técnicas de respiração, postura e autoconhecimento, algumas delas descritas a seguir, para ajudar você a se livrar do sofrimento — sem remédios nem cirurgia. “Ninguém, exceto você mesma, pode descobrir onde está alimentando tensões e como eliminá-las”, acredita Ingrid.

Porque a dor vem do stress

O que você sente quando quase bate o carro, não entrega aquele relatório no prazo ou fica sabendo que um conhecido talvez sofra de uma doença grave? Medo, certo? Pois saiba que essa é uma das emoções negativas que mais provocam contrações musculares. Olhando por esse ângulo, quase cem por cento da população deveria sofrer de alguma dorzinha… Mas isso não acontece porque a reação normal do corpo e do cérebro é lutar contra o que faz mal. “Uma vez superado o perigo, a tensão diminui, a circulação volta ao normal, as funções digestivas são retomadas, os hormônios se reequilibram, a cólera desaparece”, explica Ingrid. O grande problema é quando você não pode ajudar quem ama nem enxerga saídas para escapar de aborrecimentos no trabalho, na família ou até internos, quando sua voz mental diz que não é capaz. Se a sua vida fica à mercê de forças fora de seu controle e você ainda se cobra por estar de mãos atadas, todos os seus sistemas paralisam. “Os músculos, em vez de contraírem e relaxarem momentaneamente, permanecem rígidos”, explica a terapeuta em seu livro. “Eles desenvolvem um hábito de tensão que faz com se cansem com uma facilidade cada vez maior. Essa fadiga muscular se reflete como dor”, completa ela.

Em geral, sente esse efeito ruim quem não coloca para fora os sentimentos. Faz de tudo para não explodir de raiva e magoar um parente, por exemplo, temendo a reação dele. Não dá a sua opinião por crer que ela vale menos que a dos outros. A dura verdade é que você até pode se calar, mas não deixará de se consumir por dentro. Esse comportamento, aliás, é tipicamente feminino. Não por acaso, 80% das vítimas da síndrome de articulação temporomandibular, a ATM, são mulheres. Por falta de coragem de dizer o que pensam, travam a mandíbula literalmente. Segundo Ingrid, somos sensíveis à ATM por termos mais dificuldade em bancar nossas emoções. Talvez você diga: “Não me sinto nervosa nem estressada. Só tenho dor e ponto final”. Ingrid propõe uma auto-avaliação. Já aconteceu de sair de férias e, só depois de relaxar de verdade, admitir que andava uma pilha de nervos? Pode ser que o stress seja um sentimento tão comum em sua vida que nem o percebe mais.

Hora de colocar à prova o método de autocura, experimentando algumas das técnicas sugeridas pela terapeuta Ingrid para combater o stress físico e o emocional. A dor crônica não vai desaparecer assim que você começar a adotá-lo. Mas esse é o primeiro passo para ficar atenta ao seu corpo como um todo. A tendência é que, aos poucos, se sinta mais relaxada, mais encaixada, menos reprimida e mais feliz na própria pele.

Corpo em movimento

O ponto de partida é prestar atenção em sua respiração. Se ela for contida — superficial e rápida ou desigual e forçada —, vai se traduzir em esforço extra, ansiedade ou frustração, perda de mobilidade e dor. Quando você não inspira e expira o ar de forma plena e profunda, o diafragma fica rijo e só se move com esforço, fazendo os outros músculos se contraírem também. O exercício de respiração meditativa, a seguir, é a base do processo de autocura. Pratique-o diariamente, durante um mês ou mais, até reeducar-se.

A técnica da respiração meditativa

Escolha um local tranqüilo onde não seja interrompida por de cinco a 20 minutos. Deite-se no chão. De olhos fechados, observe as sensações dos pés. Suba pelos tornozelos, panturrilhas, coxas… até o rosto. Se notar diferença como formigamento ou calor, sentir-se mais pesada ou leve como se flutuasse, sinal de que relaxou. Coloque as mãos onde percebe melhor a respiração (peito, diafragma ou barriga). Não ligue para os pensamentos que passarem pela cabeça. Mantenha a concentração nas mãos. Aos poucos, começará a sentir corpo e mente mais tranqüilos. Sem esforço, adotará a respiração diafragmática. Tente perceber como ela toca suas vísceras, induzindo-a a concentrar-se em si mesma. Note também a carícia na palma das mãos. Se estavam sobre o peito, imagine a sensação indo para a barriga, e vice-versa. Da barriga, vá até a pelve. Desça as mãos pelo corpo até sentir o ar inundando todo o seu tronco. Quando estiver pronta para encerrar, abra os olhos.

4 princípios para corrigir o alinhamento

Outra forma de aliviar o stress físico é acertar a postura. Quando ela está incorreta, você coloca pressão nas articulações, contribuindo para a artrite, a degeneração de disco, o desgaste de cartilagem e as inflamações. Além disso, os músculos são obrigados a assumir o peso do corpo, contraindo-se.

* Acostume-se a respirar profundamente. Assim, usará os músculos em vez dos ossos para suportar seu peso.

* Preste atenção em onde descarrega seu peso ao se sentar, quais músculos põe em ação ao se levantar. Quanto mais entender seu corpo, mais fácil será substituir hábitos que provocam dor pelos que propiciam bem-estar.

* Guie-se pelo princípio da facilidade. Ou seja, quando sentir prazer e descontração durante um movimento, sinal de que está fazendo bem ao seu corpo.

* Pare de se concentrar no que quer fazer (chegar rápido a algum lugar, por exemplo) e foque em manter o corpo alinhado.

Emoções liberadas

Muita gente julga que parecerá fraca, piegas, autocondescendente ou egoísta ao expressar os sentimentos. E se retrai por recear a reação alheia. Será o seu caso? Se sim, tente dizer: “Preciso de sua ajuda. Sinto…” Também vale reduzir o ritmo do cérebro: uma mente tagarela é sinal de que não foca em si mesma. Acontece quando acorda e faz mentalmente a longa lista das tarefas do dia. Enquanto isso, os músculos ficam tensos e a respiração, oprimida… Se contiver a ansiedade, a dor física se dissipará.

Técnica anti-repressão da raiva

Se você engole sapos e acumula tensões, alimenta um grande stress interior, que pode se expressar na forma de dor. Digamos que o que a incomoda seja a inveja de sua amiga. Pare de se forçar a compreender os motivos dela. Faz mal a você? Respeite-se admitindo essa verdade. Assuma qual o real peso do problema, em vez de reprimi-lo, e coloque limites.

Exercício para contatar o seu íntimo

De noite, na cama, desacelere o hemisfério direito do cérebro atentando para a respiração. Por de cinco a dez minutos, concentre-se na parte do corpo que chamar a sua atenção. Observe como ela se comporta. Gradualmente, essa sensação se modificará. Talvez fisicamente. Talvez emocionalmente também. Sentiu dor? Espere que passe. Teve cólera, tristeza ou medo? Respire fundo e vivencie o sentimento. Tente descrevê-lo em voz alta. Quanto melhor explicá-lo a si mesma, mais claro ficará. Faça anotações começando com “Eu sinto”. E, assim, vá liberado as emoções que causam dor.

Plano para superar o medo de conflito

Expor um ponto de vista diferente faz parte de um relacionamento saudável, sabia? Se não consegue falar honestamente com alguém, questione-se: “Estou com medo de represálias? Esse receio tem razão de existir?” Também pare de ter que. Se, por exemplo, ir àquela festa só para agradar à anfitriã fará você se sentir estressada, aprisionada… seus músculos reagirão. Se não tem prazer no que faz, ouse não fazer mais. Mesmo sob uma chuva de críticas. Seu corpo vai agradecer!

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As informções contidas na postagem acima foram extraidas do Blog: Qualidade de Vida

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